segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A OBRIGAÇÃO DE AMAR

Ao se casar, a pessoa está a demonstrar publicamente a sua obrigação de se doar ao cônjuge. É uma entrega afectiva, cognitiva e activa ao parceiro, numa relação de honestidade, exclusividade, fidelidade e nutrição mútua. Essa relação tende a crescer sadia, sempre iluminada pelos raios vibrantes do amor, que é um ingrediente indispensável nas trocas e interacções do casal. Nas relações de intimidade da alma, o amor torna-se uma regra de viver bem. É ele que mantém de pé a estrutura do casal que se une para a vida.

Com essa noção, amar deixa de ser uma questão de sentimento e desejo, para ser uma predisposição ou inclinação de agir dando prioridade às necessidades, aos desejos, fraquezas e limitações do outro. Praticando a norma do amor, perde-se o egoísmo e torna-se altruísta. Não exige; dá-se. Porque o amor é uma obrigação voluntária pessoal direccionada ao outro.
Para amar alguém, é preciso uma pessoa amar-se primeiro. Caso contrário, vai ser difícil ter sensibilidade e compreensão suficientes para amar a outra. Se a pessoa não se ama, o máximo que consegue fazer é querer induzir, manipular ou seduzir a outra para satisfazer as suas necessidades. O pior é que confunde isso com amor, enganando-se a si mesma.

Amor próprio Versus Egoísmo
A psicologia e o cristianismo concordam em que a norma do amor é o equilíbrio. Quando se ama o próximo deve-se fazê-lo tanto quanto nos amamos a nós mesmos. Não existe contradição aqui. Quando se leva em conta o que sente, a sua dor ou tristeza, habilita-se para considerar os sentimentos, as dores e tristezas dos outros. Ao compreender as suas próprias fraquezas, ter empatia pelas suas limitações e perdoar os seus próprios fracassos, qualifica-se para compreender a fraqueza, ter empatia e perdoar os outros.
Sempre que se fala em amor-próprio, é comum as pessoas trazerem à mente a ideia do egoísmo, narcisismo ou superioridade. Puro engano. Se pensarmos que o amor é o equilíbrio entre a liberdade e o limite; doação dentro de certos princípios e crescimento envolvido por normas de justiça, podemos compreender que o amor-próprio nos orienta para uma vida de sobriedade e moderação. No amor-próprio não há exageros, extravagâncias ou abusos. Na realidade, é ele que motiva o indivíduo a dominar-se.
Ao fugir do amor-próprio, a pessoa corre o risco de cair no egoísmo que é a distorção de um ego frágil, carente, ferido ou traumatizado. O egoísta não acredita no amor, porque não se ama e duvida que possa ser amado. Acha que, por não ser amado, não vai receber ajuda de ninguém; por isso, tenta apoderar-se de tudo. Nessa ânsia, ele não se preocupa com ninguém e passa por cima de qualquer um.
Dentro da dinâmica do egoísta, podemos observar que ele não usufrui do companheirismo e intimidade conjugal, porque não pode ser transparente nas suas intenções. Não se pode mostrar como é. Nunca é directo e aberto, espontâneo ou autêntico. O egoísta não pode desfrutar de proximidade com o outro, porque não pode ser visto. Reflecte sempre a imagem e não a pessoa. Não pode gozar de reciprocidade, porque não tem nada para dar. Não participa da mutualidade, porque não sabe trocar. Desconhece as vibrações do amor, porque a sua acção é constantemente governada pelo interesse próprio. Nem do sexo ele pode desfrutar, porque só pensa em usufruir.
O egoísta não pode interagir intimamente porque não se consegue entregar para uma relação honesta. Não emite calor, é frio, distante, solitário. Pode até acumular muito, mas é um eterno carente, com um vazio constante. Está sempre insatisfeito, porque sofre até com o que come.
O amor-próprio também não é narcisismo. O narcisista gosta demasiado de si próprio. Tem um ego inflado, pensando que é a coisa mais importante do mundo. Adora a sua própria imagem. Não cresceu para se tornar um adulto nas trocas com o mundo. A sua imagem é o objecto de adoração. Não se cuida no que é essencial, mas gasta a vida no que é artificial, invertendo os valores. Valoriza a banalidade, vulgariza o que é nobre. Falseia a modéstia; finge humildade com um objectivo: promover--se. Não sabe que o ser humano é mais que a imagem; que a pessoa é mais do que a imitação. O seu rosto não muda, porque é uma máscara que não envelhece.

Cinco Elementos
O amor-próprio flui através de cinco elementos básicos: conhecer, respeitar, cuidar, responsabilizar e compreender. Primeiro, é preciso entrar em contacto consigo mesmo através do auto-conhecimento. Nesse caminho vai-se percebendo como um ser separado dos demais. Vai encontrar-se como um indivíduo único. Vai deparar-se consigo como um agente livre para tomar decisões. Vai ter consciência de que as suas acções provocam consequências que podem beneficiar ou prejudicar outros, tanto como a si mesmo. À medida que cresce no auto-conhecimento, vão-se descortinando as experiências mais agradáveis e mais dolorosas. Também percebe que pode ter sofrido traumas que o marcaram. E, quanto mais se familiariza consigo, mais se capacita a se familiarizar com os outros.
No encontro consigo há o risco de não gostar do que descobre. Por isso, precisa de evoluir para o respeito. Respeitar é deixar ser. É não se prejudicar, é tolerar, admitir que o que acaba de descobrir é real. É aceitar-se como é. Se não se respeitar, vai desqualificar-se para lidar com as tarefas da vida como adulto equilibrado, cônjuge responsável, profissional eficiente. Pode até não gostar do que conhece, mas isso não muda nada. É como é. E até para mudar, precisa de se respeitar como é. Quanto mais se respeita, mais apto estará para se relacionar no contexto familiar.
O terceiro elemento do amor é o cuidado, a parte activa e realizadora do amor. “Quem ama, cuida”, costuma dizer-se. Precisa de aprender a cuidar de si. Às vezes é uma aprendizagem demorada, mas é só assim que o indivíduo pode usufruir da felicidade e tornar outra pessoa feliz. Só quando a pessoa aprende a cuidar de si, é que capta o significado de cuidar da outra.
Pelo facto de o cuidado ser uma acção que pode ou não ser praticada, surge a responsabilidade. Isso significa que, para amar, é preciso ter iniciativa, empenho e desempenho em favor do objecto que merece cuidado. Na responsabilidade pelo cuidado da própria pessoa, aprende-se a responsabilidade pelo cuidado da outra.
Finalmente, chegamos à compreensão como o quinto elemento do amor. Aqui entendemos que precisa de exercer compaixão, misericórdia, sintonia com os próprios problemas e fracassos. Descobre que precisa de ter paciência com as suas limitações, tolerância com os seus obstáculos. Se compreende as suas próprias irracionalidades, negligências e imperfeições, qualifica-se para compreender os outros.
O amor para com os outros não pode ser praticado se ainda não o exercitou consigo mesmo. Por isso, a regra do amor para com os outros começa por si.

Belisário Marques, Psicólogo

segunda-feira, 27 de julho de 2009

COMPULSÃO SEXUAL

A compulsão sexual é caracterizada por uma grande número de fantasias sexuais que ocupam a mente do indivíduo, deixando-o inquieto, e que o impede de fazer outras coisas de maneira dedicada, concentrada e coerente. Ele só “pensa naquilo” e têm fantasias sexuais durante todo o tempo e não consegue concentrar-se em outra coisa que não sejam estas fantasias. Normalmente, tais indivíduos não ficam só na fantasia, e a doença os leva aos comportamentos sexuais exagerados e, às vezes, perigosos. Considera-se que para determinar um diagnóstico de compulsão sexual, esse comportamento acima descrito deve durar pelo menos seis meses.

A diferença entre compulsão e obsessão está na necessidade repetitiva de realizar atos sexuais. A atividade sexual passa a dominar as atividades da vida diária da pessoa e acarreta prejuízos, ou seja, a pessoa perde o controle do impulso sexual, sente uma constante necessidade de buscar sexo (em muitos casos, não necessariamente com o coito) e vira dependente. A obsessão tem menor intensidade de ansiedade e traz menos conseqüências sociais. Em sexo, não há regras definidas de certo ou errado nem de muito ou pouco. Há pessoas que necessitam de sexo mais do que outras e não podem ser rotuladas de viciadas.

Não é pensar em sexo, mas sim, pensar de uma forma compulsiva, repetitiva, e que não consegue evitar. As mulheres são em menor número na compulsão sexual, mas não na compulsão por comida, álcool, drogas onde a porcentagem é maior.

O processo até a compulsão sexual geralmente não ocorre rápido. O impulso sexual quando demasiadamente reprimido, ressurge em subprodutos como a doença mental, compulsão sexual neurótica, e os desvios de conduta. O impulso sexual é o componente psicossomático do comportamento sexual, é o fluxo vital das energias sexuais. A sua manifestação pode sofrer influência externa, através da cultura, da educação, dos mitos do que é certo ou errado. O homem necessita equilibrar as forças do impulso sexual, conduzindo-o para formas de comportamento sexualmente aceita na sociedade.

Os prejuízos para o compulsivo sexual são muitos, tanto na esfera pessoal e social. Quando é descoberto o preconceito é grande, pois gera medo e ansiedade nas pessoas que convivem com o compulsivo. Desta forma ele é colocado de lado e repudiado pela sociedade. Na esfera pessoal o seu sofrimento por fazer o que não aceita leva desde a dificuldades de relacionamento até o suicídio.

Existem alguns tratamentos que dependem inicialmente da própria pessoa perceber a necessidade de ajuda e procurar o acompanhamento de um terapeuta que vai tratar a sua grande ansiedade. A terapia é fundamental e busca as raízes do problema. Também é importante ingressar em um grupo de auto-ajuda no moldes dos Alcoólicos Anônimos, onde a troca de experiências faz com que o paciente aprenda mais sobre a dependência e como lidar com ela. Medicamentos também podem ser usados de uma forma sintomática, diminuindo a ansiedade, dando tempo para se ter os resultados da terapia. Sempre a participação do companheiro(a) é essencial para qualquer terapia, pois é com ela que ele mais convive, mais confia e que nos momentos de maior ansiedade pode, por meios aprendidos pelo tempo de convívio, aliviar e relaxar o parceiro. Ela deve estimular o tratamento pela terapia e deixar claro que pode contar com a sua ajuda e que espera com os bons resultados do tratamento poder curtir muitos bons e intensos momentos sexuais com muito carinho e afetividade.

por CELSO MARZANO (extraido)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Vicio em Internet



Conceito: A Dependência da Internet manifesta-se como uma inabilidade do indivíduo em controlar o uso e o envolvimento crescente com a Internet e com os assuntos afins, que por sua vez conduzem a uma perda progressiva de controle e aumento do desconforto emocional. Com efeitos sociais significativamente negativos, os indivíduos que despendem horas excessivas na Internet, tendem a utilizá-la como meios primários de aliviar a tensão e a depressão, apresentam a perda do sono em conseqüência do incitamento causado pela estimulação psicológica e a desenvolver problemas em suas relações interpessoais.
Além disso, os dependentes usam a rede como uma ferramenta social e de comunicação, pois têm uma experiência maior de prazer e de satisfação quando estão on-line, podendo este ser um fator preditor para a dependência. Nesta vertente, alguns estudos consideram a sensação subjetiva de busca e/ou a auto-estima rebaixada, timidez, baixa confiança em si mesmo e baixa pró-atividade como outros fatores preditores para o uso abusivo da Internet.
- Critérios de dependência de Internet Apresentar, pelo menos, 5 dos 8 critérios abaixo descritos:
(1) Preocupação excessiva com a Internet
(2) Necessidade de aumentar o tempo conectado (on-line) para ter a mesma satisfação
(3) Exibe esforços repetidos para diminuir o tempo de uso da Internet
(4) Irritabilidade e/ou depressão
(5) Quando o uso da Internet é restringido, apresenta labilidade emocional (Internet como forma de regulação emocional)
(6) Permanece mais conectado (on-line) do que o programado
(7) Trabalho e as relações sociais ficam em risco pelo uso excessivo
(8) Mente aos outros a respeito da quantidade de horas conectadas
– Tipos de Dependência: E-mails, chats (salas de bate-papo), jogos on-line, compras, sites com conteúdo especifico (eróticos, de relacionamento, bolsa da valores, busca de informações e etc).


Uma pesquisa realizada no Reino Unido indica que trabalhadores britânicos desperdiçam em média dois dias de trabalho por mês com buscas inúteis na Internet.

A pesquisa da instituição YouGov diz também que 70% dos 34 milhões de internautas do país perde quase um terço do seu tempo online em buscas que não têm objetivo definido. Os homens seriam o grupo mais afetado pelo problema, que analistas de hábitos na internet batizaram com a sigla WILF, juntando as primeiras letras da frase "o que eu estava buscando?" em inglês ("what was I looking for").
Sexo e compras - Um terço dos internautas chegou a admitir que essas pesquisas inúteis chegaram a prejudicar o relacionamento com suas parceiras. Os maiores culpados pelos problemas identificados na pesquisa seriam os sites de compras e os de conteúdo sexual. "No entanto, o estudo mostrou que, embora as pessoas se conectem com algum objetivo, elas têm tantas ofertas e distrações online, que muitos se esquecem porque estão lá e para quê, e acabam surfando sem destino durante horas", disse Lloyd.

Veja as características de usuários graves de internet, que passam muito tempo e que podem ter dependência de internet

- Pessoas inteligentes e mentalmente muito ágeis
- Referem passar o “dia todo” conectados
- Pertencentes a todas as faixas etárias
- Apresentam depressão e/ou ansiedade
- Preferem as interações virtuais as reais
- Utilizam a internet como uma forma de expressão daquilo que realmente são e pensam (refúgio)
- Ciclo de amizades e de relacionamentos muito empobrecido
- Desenvolvem idiossincrasias na rede
Vale a pena fazermos uma reavaliação do uso deste importante instrumento tecnológico, mas que tem feito muitas vitimas pelo seus excessos.

segunda-feira, 2 de março de 2009

FATORES NA SATISFAÇÃO SEXUAL DE MULHERES OBESAS


É muito atual o tema Obesidade. A OMS considera a obesidade uma doença, que tem se alastrado em todas as partes do mundo. A seguir você verá uma sinopse histórica apresentando o tema Obesidade e Sexualidade feminina, desde o início do Século XX. Você concorda que a Obesidade é uma barreira a Sexualidade? São as mulheres "gordinhas" menos sexualizadas que as "em forma"? Leia e deixe seu depoimento sobre o assunto.


Em 1912, a indústria de seguros estabelecia diretrizes próprias, estabelecendo parâmetros de magreza, normalidade, sobrepeso e obesidade. Qualquer pessoa que se enquadrasse nas categorias; acima do peso ou obesa, tinha agora um rótulo de risco sanitário, sujeito a ataques de coração, diabetes, artrite, asma. Agora, esse risco poderia ser calculado e determinou o quê era "sobrepeso" e o que não era.

Junto com esta ocorrência, Sigmund Freud estava desenvolvendo algumas teorias e determinando motivações subconscientes que poderiam causar perturbações orgânicas.
De acordo com os investigadores e psiquiatras, Glucksman, Rand, e Stunkard (1978), os psicanalistas Freudianos "enfatizaram que os indivíduos obesos se depararam com sérias perturbações, durante a fase oral, de privações de âmbito emocional e psicosexual ou excessos nesta fase de desenvolvimento, que foram associadas com nutrição , levando o indivíduo a se tornar obeso, presumivelmente, porque a mãe da criança, também propensa à obesidade, alimenta seu filho de forma imprópria, tanto na questão nutricional e emocional. Muitas crianças obesas e adultos como resultado, não distinguem entre fome, saciedade, e outras sensações ou emoções." (pp. 103,104)

Rotulando também esse distúrbio como patológico, contribuíram para que a obesidade fosse vista como sinônimo de neurose. Isso deu permissão a muitos setores da sociedade, para denegrir, rejeitar e ridicularizar pessoas gordas, especialmente as mulheres. Em consequência, as mulheres gordas denigrem-se freqüentemente, rejeitam e envergonham-se de seus corpos, sentindo-se pouco a vontade em sua intimidade, pela falta de auto-estima.

Logo depois da morte de Freud, muitos analistas influentes continuaram desenvolvendo suas teorias, identificando gordura com sexualidade da fase oral, e afirmando que pessoas gordas não são capazes de se satisfazerem sexualmente, como pessoas “normais”. Especialistas em teorias, sugeriram que pessoas gordas não que não puderam vivenciar uma relação íntima sexualmente positiva, satisfazem-se em seguida, através da comida. O psicanalista Freudiano, Sandor Rado (1926), criou o termo, dentro desses parâmetros de observação, de "orgasmo alimentar" (pág. 577). Embora o próprio Rado , mais tarde, estivesse desiludido com a teoria psicanalítica tradicional (Rado e Daniels, 1956, pp. 17-18), e o conceito do orgasmo alimentar parecia ter desaparecido de escritas psicanalíticas, a idéia que as pessoas gordas não puderam experimentar satisfação sexual genital,não desapareceu (Stunkard, 1976).

No final de 1950, Harold Kaplan, psiquiatra, e Helen Cantor Kaplan, um psicólogo clínico, compilaram teorias analíticas, da primeira metade do século XX, o conceito psicossomático de obesidade.

Algumas das 90 teorias analíticas sobre comer demais são:

Comer demais pode ser:
1. um meio de diminuir ansiedade, insegurança, tensão, preocupação, indecisão,.
2. um meio de alcançar prazer, satisfação, sucesso….
3. um meio de aliviar frustração, privação e desânimo.
4. um meio de expressar hostilidade, seja ela consciente ou inconsciente, negação, ou repressão…
5. um meio de diminuir sentimentos de insegurança e inferioridade
6. um meio de recompensar a si mesmo para alguma tarefa realizada…
7. um meio de diminuir culpa , mesmo que seja a culpa por comer demais.
8. um tipo de desafio, rebelião contra uma autoridade controladora, uma tentativa de independência.
9. um meio de provar inferioridade e justificar a auto-depreciação.
10. um meio de evitar o amadurecimento emocional.
11. um meio de controlar ansiedade de frustração na fase oral.

Comer demais pode servir:
1. como substituto para amor e afeto
2. para mostrar amor e afeto na gravidez
3. para proteção contra os homens e matrimônio.
Comendo demais ou comida pode ser simbolicamente:
1. representante de conflito de mãe e filho.
2. um tipo de orgasmo alimentar.
3. expressão de apetência sexual insatisfeita.
4. expressão de impulsos sádicos destrutivos.
5. expressão de inveja de pênis e um desejo para privar o macho do pênis dele.
6. expressão de uma fantasia onde comendo demais obtem-se resultados de impregnação.
7. patologicamente uma forte libido oral que está sendo satisfeita de um modo descontrolado.
8. um meio de possuir uma "parte-objeto" como um pênis ou peito.
9. uma defesa contra o feminino inconsciente e ameaçador ou desejos masculinos.
10. uma indicação de uma relação de transtornos entre mãe-criança desde a infância. (pp. 195, 196)

Kaplan concluiu isso: "É difícil de descrever todos os fatores psicológicos específicos que foram propostos como sendo associados à obesidade , a única generalização psicopatológica que pode ser feita com confiança sobre pacientes obesos, é que eles são que indivíduos cujo padrão de vida é conflitual e as pessoas afetadas pela ansiedade também o são, tipicamente pela obesidade e têm algum grau de perturbação de personalidade e conflito emocional que pode ser de qualquer tipo ou severidade." (pp. 196 - 199)

"Obesidade resulta em sentimentos de inferioridade, insuficiência e vergonha. Esses sentimentos e a obesidade associadas, justificariam todos os fracassos em relações interpessoais que o paciente obeso tem. Eles podem ser usados, como uma racionalização, para evitar qualquer contato adicional com as pessoas e situações ameaçadoras." (pág. 196)

Depois que Kaplans publicou a compilação, vários estudos emergiram desse se se opuseram à idéia de que a obesidade era um sintoma patológico. Rand e Stunkard (1977) combinaram os resultados de quatro pesquisas diferentes, completadas por 104 analistas em 147 pacientes. Os resultados indicaram que ou havia um muito pequena diferença ou nenhuma em casos de psicopatologias entre obesos e pacientes não obesos.
Então, em 1976, Goldblatt e Stunkard usaram uma investigação volumosa feita alguns anos antes para coletar informações sobre as vidas de 1,660 pessoas de Midtown Manhattan. A investigação tinha coletado mas não tinha correlatado o peso e a condição psicológica dessas pessoas. Depois de re-analisar os dados, os investigadores acharam em algumas pessoas obesas, testes de índices ligeiramente mais altos, quanto à ansiedade na infância, fuga, neurastenia, depressão, ansiedade, rigidez, e imaturidade em comparação com o resto dos entrevistados Midtowners mas as diferenças não eram estatisticamente relevantes (pág. 145).

Com as revelações dessa pesquisa começou uma verdadeira revolução, fato esse, comprovado por Wadden e Stunkard (1996) declaração posterior, "Quando uma psicopatologia é observada em indivíduos obesos, é vista agora como uma conseqüência e não uma causa--uma conseqüência do preconceito e discriminação sofridas" (pág. 163).
São expressadas frustrações, agressões, e inabilidade para ajustar-se a realidade, sempre almejando a comida. Comendo, ela consegue aliviar qualquer tensão, despertada por qualquer motivo."

Depois, dos anos sessenta, comer demais foi classificado freqüentemente como um comportamento viciante. Para muitos, a solução sugerida por comer demais, era seguir as propostas de Alcoólatras Anônimos (uma organização cujo plano por deixar de beber compulsivo tinha segundo notícias êxito por pessoas que seguiram isto rigorosamente). A recomendação de AA era eliminar a substância viciante e dar apoio através das reuniões, depoimentos de outras pessoas, e a ajuda de um "poder mais alto."


O problema com comer demais, era trata-lo como um hábito impróprio e ao mesmo tempo necessário para a manutenção da saúde e até mesmo da própria vida. Os comedores compulsivos teriam que provar de sua substância viciante todos os dias, ao contrário da proposta anterior dos alcoólatras que eliminavam completamente a substância viciante.Comer foi considerado uma criação imprópria do ego, o que estava em jogo agora, não era o controle dos mecanismos que resultavam na não satisfação da fome pela ingestão de quantias razoáveis de comida, mas controlar todos os sentimentos e humores que causavam o desejo de comer (Overeaters Anonymous, 1939; Doze Passos e Doze Tradições, 1993).

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Medo ou Frescura? - entendendo a Fobia



O que é?

Anteriormente denominada fobia simples a fobia específica é o medo persistente e recorrente a um determinado objeto ou circunstância que desencadeia uma forte reação de ansiedade, sempre que apresentado ao paciente fóbico.

Diagnóstico

Os critérios para realização do diagnóstico exigem as seguintes condições:um objeto claramente identificável (nos demais transtornos fóbicos e ansiosos nem sempre o objeto é claramente identificável). Este objeto sempre que apresentado desencadeia uma forte reação de medo, ansiedade ou mal estar no paciente, podendo chegar a uma crise semelhante a crise de pânico.

Os adultos e adolescentes reconhecem que esse medo é exagerado, mas as crianças não necessariamente. Pelo critério norte americano o diagnóstico só pode ser dado quando o objeto fóbico interfere na rotina do indivíduo. Essa posição é passível de crítica não representando a opinião desde site.

Características

As fobias, em geral, caracterizam-se pela ausência de motivo para despertar o medo constatado, ou por ser o medo exagerado diante do objeto fóbico. As pessoas com fobia específica não apresentam uma história de traumas, injúrias ou ameaças decorrentes da exposição aos objetos mais comuns da fobia específica. Se isso acontecesse seria necessário diferenciar a fobia específica do estresse pós traumático (perturbação psíquica decorrente e relacionada a um evento fortemente ameaçador ao próprio paciente ou sendo este apenas testemunha da tragédia).

Na maioria das vezes as pessoas com uma fobia específica não são afetadas em sua rotina porque o objeto fóbico não faz parte dela. Quando faz parte torna-se indicado o tratamento.Há situações nas quais o objeto fóbico é o mesmo da agorafobia (comportamento de evitação provocados por lugares ou situações onde o escape seria difícil ou embaraçoso). A diferença entre essas duas formas de fobia baseia-se no que o paciente pensa.

Na fobia há uma forte reação contrária ao objeto, sendo o objeto afastado, a ansiedade some. Na agorafobia o medo é da dificuldade de sair de onde esteja caso passe mal, o que não acontece na fobia específica. Essa diferenciação é importante porque a fobia específica é um problema isolado, já a agorafobia dificilmente vem sozinha, geralmente antecede, vem junto ou depois de um quadro depressivo ou de pânico. Esse transtorno geralmente é identificado na infância ou mesmo na idade adulta. É um problema um pouco mais freqüente nas mulheres e apesar de eventualmente levar a desmaios isso não significa nada especialmente grave. A fobia específica é um transtorno pouco estudado pelo baixo comprometimento que geralmente representa.

Objetos mais comuns

Os objetos fóbicos mais comumente encontrados são fobia a animais como cães, aranhas, lesmas. Medo de animais altamente perigosos como cobras venenosas, jacarés, tigres não podem ser considerados patológicos. Outras fobias comuns são de sangue, de águas rasas ou profundas, trovões e tempestades, alturas, elevadores, aviões. A lista de objetos fóbicos, contudo, não é restrita: qualquer objeto desde que suscite uma resposta fóbica típica pode enquadrar os critérios de fobia específica.

Tratamento

Pela pequena quantidade de pesquisas nessa área e por causa da pequena demanda de tratamento há poucas pesquisas sobre o da fobia específica. As medicações se mostram ineficazes e a terapia cognitivo-comportamental apresentam resultados bastante satisfatórios.



Ref. Bibliograf: Liv 01 Liv 02 Liv 14 Arch Gen Psychiatry 2001; 58(3): 257-265The Genetic Epidemiology of Irrational Fears and Phobias in MenKendler, Kenneth S
www.psicosite.com.br